demanda e oferta
Infelizmente, as perspectivas de preços desta safra são menos animadoras que esperavam os mais eufóricos do mercado. Isso decorre de uma expectativa irrealista em relação à demanda de açúcar e álcool, confusão em relação à sinalização do mercado. A questão central que esta safra nos remete é se existem sistemas de mercado capazes de captar os diversos movimentos de um setor em explosão.
O questionamento no artigo de Veiga Filho (2006), se houve a superação da crise de superoferta ocorrida em 1999 no setor sucroalcooleiro, pareceu ser um prenúncio do que viria a ocorrer nesta safra.
Os preços do açúcar e do álcool declinaram drasticamente em relação à safra anterior (Figura 1).
O grande incremento de área tanto no Brasil como na Índia e o bom desempenho da safra garantiram uma superoferta que poucos imaginavam ocorrer numa indústria que se vangloriava de sua nova era dourada. Os ajustes necessários para criar liquidez alcoólica no mercado não parecem ocorrer, pois a estrutura do mercado dificulta a transmissão de sinais de oferta para o consumidor, havendo um atraso do preço entre a usina e o consumidor. Outros fatores também interferem nesse ajuste de oferta e demanda, que são: desconfiança na eficiência do motor com uso do álcool, síndrome do desabastecimento, desconhecimento dos benefícios ambientais do uso do álcool, entre outros. É necessário que os consumidores, além dos benefícios econômicos, estejam cientes também dos benefícios ambientais que podem ser proporcionados com o uso de combustível renovável em seus automóveis.
Figura 1 - Preço do Açúcar e do Álcool Hidratado na Usina, 2000-2007.
Fonte: Elaborada a partir dos dados do CEPEA.