Demanda e Desejo
DEMANDA E DESEJO
Sorocaba
2013
Claudia Stravini
DEMANDA E DESEJO
Sorocaba
2013
RESUMO
O binômio demanda-desejo enseja uma reflexão à respeito do processo humano na experiência de satisfação e frustração. Freud refere-se à situação do neném com fome que se depara com o objeto que vai satisfazer essa necessidade. Ele utiliza o termo “percepção” em lugar de objeto, indicando que há um “objeto “ que entra no espaço perceptivo do sujeito. Ele define essa como a primeira experiência de satisfação e o estabelecimento de uma impulsão psíquica, que irá investir novamente na imagem mnêmica do traço do objeto – que ele denominou “alucinação satisfatória de desejo” .
Na demanda há sempre um pedido de restituição de um estatus quo ante, de um estado anterior de complementação que o sujeito supõe existir ou ter existido.
O desejo é justamente a busca, a procura do objeto da satisfação fictícia, que segundo Freud é o objeto faltante. O desejo é a busca do objeto perdido, a demanda é o pedido de satisfação desse desejo.
INTRODUÇÃO
Em Freud, o desejo é, antes de mais nada, o desejo inconsciente. Tende a se consumar e, às vezes, a se realizar. Por isso é que se liga prontamente à nova concepção do sonho*, do inconsciente*, do recalque* e da fantasia*. Daí esta definição que não variaria mais: o desejo é desejo inconsciente e realização de desejo. Em outras palavras, é no sonho que reside a definição freudiana do desejo: o sonho é a realização de um desejo recalcado e a fantasia é a realização alucinatória do desejo em si. Mesmo não levando em conta a idéia de reconhecimento, Freud não identifica o desejo com a necessidade (biológica). Esta, com efeito, encontra sua satisfação em objetos adequados, como o alimento, ao passo que o desejo está ligado a traços mnêmicos, as