Defesa da vida
Mataram Pernambuco?
Perdoem-me a dúvida, mas é que estamos ainda sentindo o calor das fogueiras juninas e pouco estamos vendo da alma pernambucana. Explico: desde criança, aprendemos a admirar o nosso estado, Pernambuco, pela sua história, suas tradições e seus ritmos; ouvimos cantar Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Marines, Dominguinhos, Assizão e tanta gente boa que tomou em seus ombros a responsabilidade de perpetuar o nosso estado.
Pude, como milhares de crianças, adolescentes e adultos, dançar quadrilha, mas quadrilha mesmo, dentro de uma cadência “equilibrada”; pude ver casas decoradas, famílias inteiras se remexendo ao som de verdadeiros ritmos juninos, inclusive decentes. Creditava-se e vivia-se o melhor!
Então, por que a dúvida? Pelo que se ouve e se vê, hoje, o São João tornou-se um produto de mídia. Temos músicas que, de juninas, não têm nada. Mas, que as rádios e emissoras de televisão colocam para a sociedade como se fossem. O que sempre foi uma festa familiar, com fortes elementos religiosos, até porque se comemora um grande santo: São João Batista aquele que batizou Jesus Cristo, agora é quase pornográfica, é só ouvir algumas músicas.
Fizeram da nossa mais querida festa nordestina um imbróglio, isto é, uma mistura sem brilho. Trazem atrações alienígenas para os ditos focos juninos. Criaram até a tradição do ridículo: todos os anos levam à querida Gravatá atrações como Zezé di Camargo & Luciano. Qual o brilho cultural que há nisto: um grande público? Ora, se esta for a desculpa, tragam Pink Floyd, Michael Jackson, Madonna e, com certeza, teremos mais de um milhão de iludidos nas ruas.
Será que já não basta descaracterizar o nosso Carnaval, querem também o São João. E o pior, toda essa engenharia feita para descaracterizar o nosso São João é azeitada com dinheiro público. Isto mesmo, com dinheiro público. O Governo do Estado, usando dinheiro que poderia ser posto para fomentar cultura, promove a