Decidindo formas e formatos
Decidindo forma e formato
Prof. Elcio Sartori*
Desde os tempos imemoriáveis nos relacionamos com as formas. Do ventre pré-natal ao nascimento uma criança inicia sua percepção tátil ou visual das formas do seu entorno e isto continua ao longo dos anos. Primeiro o ventre da mãe, ovalado, silencioso, aconchegante (a bolsa aquosa), depois o seio. Depois o contato com os tecidos das roupas, do berço, da banheira, das mãos. Logo em seguida entram em cena os brinquedos, por vezes uma chupeta. Inicia-se a visão do entorno com seu mobiliário e objetos e o mundo exterior à moradia: coisas orgânicas e industrializadas.
A abordagem deste artigo é para uma leitura rápida das formas básicas. A arqueologia, neste sentido, tem sua contribuição e me apoio no princípio de que o homem já nasce com um senso geométrico. Prova disso são os resultados de pesquisas de superfície ou de escavações têm revelado nas mais variadas culturas a presença de sinais primários em várias regiões do planeta com formas idênticas.
Assim que nascemos começamos a experenciar o mundo, a se machucar, a perceber que as arestas podem ferir, que as formas arredondadas são mais aconchegantes, a olhar através de janelas retangulares, a subir em árvores etc. Experimenta-se as primeiras quedas, os primeiros ferimentos e a experiência da dor associada à visualidade de objetos que nos atingem. Ganhamos presentes em belas caixas, começamos a visualizar a ordenação em oposição ao caos do mundo e iniciamos uma separação por categorias. Iniciamos uma leitura visual do mundo que nos rodeia.
Nesse contexto de crescimento, a percepção vai construindo repertórios e atribuindo significados. Um repertório de visualidades vai fazendo parte de nossa biografia, associado a medos, hábitos ou crenças. Hoje designers, publicitários, artistas plásticos e todo aquele que lida com visualidade, necessita ter conhecimento e fundamento para a escolha das formas ou formatos, quer para a construção de marcas ou mesmo para seus