Debates acerca da educação na Primeira República
RESUMO: Este trabalho tem como finalidade abordar algumas questões silenciadas na história da educação brasileira na Primeira República (1889-1930). A análise está baseada em artigos e ensaios de historiadores e pedagógos, ora em parceiria, ora desassociados, buscando assim uma reflexão sobre os projetos educacionais criados ou não pelo governo republicano, mas que excluíam os egressos da escravidão, visando assim compreender como a comunidade negra se organizou para reverter o quadro de exclusão do processo de escolarização.
PALAVRAS-CHAVE: república; escolarização; ensino; educação; comunidade negra.
INTRODUÇÃO
“(...) O 15 de novembro se inscreve nos livros escolares e no imaginário coletivo como um acontecimento fundador do que somos, como um lugar de memória para todos os brasileiros e como um marcos significativo de nossa história. Por isso mesmo, presta-se, como poucos, a uma reflexão mais consistente sobre o acontecimento e seu significado para a história.“
(NEVES, Margarida 2003, p. 26-27)
Partindo da citação acima em diálogo com a bibliografia utilizada para a construção desse ensaio, a República brasileira implantada em 1889, pretendia alcançar o progresso e civilização aos moldes europeus.
“(...) No afã do esforço modernizador, as novas elites se empenhavam em reduzir a complexa realidade social brasileira, singularizada pelas mazelas herdadas do colonialismo e da escravidão, ao ajustamento em conformidade com padrões abstratos de gestão social hauridos de modelos europeus ou norte-americanos.“ (SVECENKO, Nicolau 1998, p. 27) Através do rompimento de vínculos com o Império, considerado pelos políticos e intelectuais como sinônimos de atraso, estagnação e mofo. Esses adjetivos atribuídos ao período imperial em sua totalidade, reverberou na memória e historiografia construídas na comparação dos dois regimes no processo de escolarização e em outras instâncias, desconsiderando os projetos e iniciativas anteriores ao regime