Deans um grito de justiça
O filme acontece no final do século XIX, na Bélgica, durante a Revolução Industrial. Relata o início das primeiras rebeliões dos trabalhadores de uma indústria por condições melhores de trabalho, já que nessa época não existiam leis que garantissem direitos aos trabalhadores, estes eram submetidos a jornadas de trabalhos extenuantes, o trabalho infantil era habitual, sem quaisquer medidas de higiene e segurança. Nesse contexto é possível fazer uma análise da situação social, e uma critica a situação de miséria e pobreza a que os trabalhadores estavam submetidos em razão de um sistema econômico capitalista, em que os donos dos meios de produção eram totalmente desumanos, e ainda por uma filosofia liberalista totalmente irresponsável.
Com a chegada do padre Deans a cidade, houve uma motivação da sociedade para que alguma mudança pudesse acontecer. Sendo padre Deans um revolucionário, quando se deparou com aquela realidade, começou a escrever artigos contra a política e o sistema de trabalho, fazendo com que as pessoas lutassem pelos seus direitos.
Apesar de defender e representar os interesses do povo, padre Deans era influenciado e subordinado pela instituição igreja que por sua vez precisava defender os interesses burgueses, já que esses, de alguma forma lhe beneficiaria. Analisando à luz da encíclica papal Rerum Novarum, que fala sobre as condições dos operários durante a revolução industrial, é possível perceber que na encíclica há uma critica a falta de princípios éticos e valores morais sendo esses uma das principais causas dos problemas sociais, em contraposição a encíclica rejeita o socialismo e defende o direito a sociedade privada.
Nesse momento surge a então a "questão social", a miséria, a pobreza, e todas as manifestações delas, começam a ser pensadas não como resultado da exploração econômica, mas como acontecimentos independentes e de responsabilidade individual ou coletiva dos setores por elas atingidos.