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Nesse sentido, ao analisarmos acerca da palavratexto, algumas noções ligadas à representatividade parecem emergir, o que nos faz pensar que uma imagem não verbal, mas que no fundo transmite uma mensagem, caracteriza-se como um texto, a história em quadrinhos, na qual se fundem linguagem verbal e não verbal, também se enquadra em tal categoria, enfim, o texto, por menor que seja a estrutura em que ele se apresente, tal como ocorre em “Silêncio!”, “Siga!”, “Pare!”, não deixa de assim o ser, haja vista que se trata de uma unidade linguística dotada de sentido completo em um determinado contexto. Tal completude se aplica ao fato de a mensagem produzida cumprir a finalidade enunciativa que o emissor se dispôs ao estar fazendo parte de uma situação comunicativa. Pois bem, digamos que se trata de uma concepção plausível. Entretanto, é preciso levar em conta que o emissor, ao produzir um texto, partiu de uma intenção, como é o que ocorre com a mensagem demarcada na crônica humorística de Luís Fernando Veríssimo, que segue abaixo:
Pai não entende nada
- Um biquíni novo?
- É, pai.
-Você comprou um ano passado!
- Não serve mais, pai. Eu cresci.
- Como não serve? No ano passado você tinha 14 anos, este ano tem 15. Não cresceu tanto assim.
- Não serve, pai.
- Está bem, está bem. Toma o dinheiro.
Compra um biquíni maior.
- Maior não, pai. Menor.
Aquele pai, também, não entendia nada.
Inferimos que por meio do humor, Veríssimo quis apontar acerca dos posicionamentos assumidos pelos adolescentes vivendo o auge de sua idade, que, desejando se expor, exibindo o corpo, de certa forma se veem na