David - de Bernini
Gian Lorenzo Bernini
“...Meteu a mão no alforge, tomou uma pedra e arremessou-a com a funda, ferindo o filisteu na fronte…Assim venceu David o filisteu, ferindo-o de morte com uma funda e uma pedra.”
(Sm, 17, 49-50)
"A arte é a contemplação: é o prazer do espírito que penetra a natureza e descobre que ela também tem uma alma. É a missão mais sublime do homem, pois é o exercício do pensamento que busca compreender o universo, e fazer com que os outros o compreendam." (Auguste Rodin)
Quando descrevemos uma obra, seja de arquitectura, escultura ou pintura, não nos podemos confinar apenas na descrição da sua forma ou conteúdo. Devemos percorrer também os seus caminhos com o olhar.
No final do século XVII surgiu na Itália uma nova expressão artística, que se opunha ao maneirismo e às características remanescentes do Renascimento. Essa expressão denominou-se de Barroco.
A etimologia da palavra “barroco” tem sido bastante questionada. Alguns afirmam que está ligada a um processo relativo à memória que indicava um silogismo extravagante de conclusão falsa, outros defendem que designaria um tipo de pérola de forma irregular, ou mesmo um terreno desigual, assimétrico e até mesmo mau gosto. O termo veio com um sentido pejorativo, designando toda a arte do período subsequente ao Renascimento, que era interpretada como uma forma corrompida dessa arte, pela perda da clareza, pureza, equilíbrio e elegância em troca do exagero ornamental e das distorções. Originalmente, tal como era corrente nos séculos XVI e XVII, o Barroco significava arte bizarra, artificial. E assim permaneceu até ao século XIX.
Heinrich Wolffin (1864-1945) tentou reabilitar a arte barroca, mostrando-a como uma feição particular, com valor estético e significado próprios. Estabeleceu a teoria da análise formal das artes, pela qual a transição de um tipo de arte para outro se realizava de acordo com princípios internos. Assim, à arte renascentista adveio a barroca, não como um declínio,