Darwin
A teoria sobre a evolução e a seleção natural questionava, querendo Darwin ou não, a versão bíblica sobre a adaptação e a diversidade das espécies, até então quase uma unanimidade, defendida com unhas e dentes pelas lideranças religiosas e extremamente disseminada no conhecimento popular. Não demorou muito para que as ideias darwinianas fossem duramente criticadas, em especial pela Igreja, que defendia a tese criacionista sobre a origem do homem. Essas críticas não se limitavam ao pensamento de Darwin, mas voltavam-se também contra a sua pessoa: ele era constantemente ridicularizado por meio de charges e caricaturas nos periódicos da época, ora desenhado como macaco, ora conversando com eles.
O darwinismo social
Quem acredita que a teoria sobre evolução e seleção natural limitou-se à área da Biologia está redondamente enganado. Não demorou muitos anos para alguns pensadores (filósofos e cientistas sociais) do século XIX, como o inglês Herbert Spencer, utilizarem as ideias de Malthus e, especialmente, de Darwin, para elaborar esquemas filosóficos que acabariam sendo utilizados para classificar as sociedades humanas em atrasadas e avançadas, primitivas e modernas, bárbaras e civilizadas.
Eles defendiam a tese de que existiam raças superiores e inferiores, a qual foi amplamente utilizada pelos governos europeus para justificar seus domínios na Ásia e na África no período do imperialismo (século XIX e parte do século XX), criando as condições para o aumento do preconceito contra os povos desses continentes, vistos como inferiores.
Essa teoria sobre a superioridade de alguns grupos sociais também foi utilizada nos Estados Unidos. O darwinista social William Graham Summer afirmava que “os