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A transnacionalização gerada pela globalização viola com a ideia de cidadania e cada vez mais fere a efetivação aos Direitos Humanos. O centro das decisões políticas termina sendo afastado dos cidadãos levando a um desarranjamento das políticas sociais públicas, à perda de direitos sociais e a uma redução do papel do Estado como fomentador dos direitos humanos. Atualmente, quando se fala em direitos humanos questiona-se até que ponto a globalização põe em risco esse direito à igualdade e ao respeito pela vida? Quais os impactos sobre os direitos humanos? Como encadear os princípios dos direitos humanos e a globalização?
Os Direitos Humanos são um conjunto de leis, vantagens e prerrogativas que devem ser reconhecidas para que possa ter uma vida digna, não ser inferior ou superior aos outros porque é de sexo diferente, por pertencer a uma etnia diferente, ou religião, ou até mesmo um grupo social. É um conjunto de regras pelas quais não só o Estado deve seguir e respeitar, como todos os cidadãos a ele pertencentes. A função dos Direitos Humanos é proteger os indivíduos das arbitrariedades, do autoritarismo, de prepotência e dos abusos de poder. A Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) pode ser considerada como maior prova existente de consenso entre os seres humanos, pelo menos é o que defendia o filósofo e jurista italiano Norberto Bobbio (1992). Para Bobbio, a Declaração Universal dos Direitos Humanos foi uma inspiração e orientação para o crescimento da sociedade internacional, com o principal objetivo de torná-la num Estado, e fazer também com que os seres humanos fossem iguais e livres. E pela primeira vez, princípios fundamentais sistemáticos da conduta humana foram livremente aceitos pela maioria dos habitantes do planeta.
À medida que o Estado moderno se desenvolveu, houve um incremento na conquista e defesa de direitos individuais e coletivos. Com isso, o fenômeno globalização ganhava forma. Conforme Zygmunt Bauman (1999), a globalização está