Danças de origem
A dança de matriz africana é entendida e utilizada como uma linguagem corporal socialmente contextualizada, que conta histórias, que descreve vivências, recria o mundo. (SABINO;LODY, 2011) As danças dos orixás são parte integrante do culto religioso do candomblé. A dança dos orixás demonstra e ilustra a conexão com as divindades, representa o movimento e as histórias dos deuses em seu aspecto divino e em seu contato com o mundo humano.
O panteão de orixás do candomblé, no Brasil, conta com mais de 10 principais deuses que são aqui cultuados, cada um deles com personalidades e histórias distintas, o que influencia diretamente em sua representação cênica através da dança. Os pés de dança, como são chamados (SABINO;LODY, 2011), representam as características coreográficas detalhadas de cada orixá.
A representação do orixá torna-se então diferenciada no culto e no palco. No culto, ela é dançada pelos membros da comunidade religiosa, com seus corpos distintos e não necessariamente com treinamento específico de dança, limitando-se ao enfoque religioso e ritual do movimento dançado. Para o palco, a movimentação de cada orixá foi trabalhada por Mercedes Baptista durante sua pesquisa de construção da técnica da dança afro-brasileira, o que dá à movimentação singularidades específicas a serem desenvolvidas pelo corpo treinado do bailarino.
As danças dos orixás são executadas sob um ritmo específico para cada divindade do panteão africano e cada uma terá traços coreográficos próprios. As coreografias das danças dos orixás remetem à mitologia de cada orixá, representando seus feitos, suas características individuais, suas histórias. Os orixás são comumente representados cenicamente portando uma ferramenta, uma espécie de insígnia que “identifica o caráter, a função e a história dos orixás” (SABINO;LODY, 2011).
Candomblé
Festa religiosa dos negros jeje-nagôs na Bahia, mantida pelos seus descendentes e mestiços, é um culto africano introduzido