Dança
A DANÇA-EM-CRIAÇÃO: REFLEXÕES PEDAGÓGICAS. Aline Silva Brasil1 RESUMO: Assumimos um novo olhar sobre a Dança na escola refletindo sobre concepções de mundo, de homem e de corpo que sustentam formas rígidas de ser e de estar no mundo. A escola agrega essas concepções visando à formação de um Homem Ideal. Pensar a Dança como processo capaz de intervir nesta realidade é o que situa esse estudo para além das técnicas formais de ensino, buscando o resgate desse Homem Real capaz de dançar a si mesmo recriando o mundo. PALAVRAS-CHAVE: Mundo, Corpo, Movimento, Dança, Educação. 1. O QUE É, AFINAL, A DANÇA? Quando se fala e se pensa a dança é comum a questão: de que dança se fala e se pensa? Isso acontece porque, ao longo da história, a dança adquiriu e adquire variadas formas de manifestações e concepções. O fato é que não existe uma dança em si, que seja universal e absoluta, mas existem tantas danças quantos são os corpos que dançam e os olhares humanos lançados sobre ela. Essa riqueza e multiplicidade fazem da dança uma atividade plural. O corpo que dança não se manifesta numa identidade universal. Cada corpo é um corpo, um lugar agregador de símbolos, sensações, percepções, subjetividades e impressões que são únicas, que se expressa dentro de uma determinada cultura. Se o corpo é expressão da cultura, a dança também o é, assim como a cultura é formada pela singularidade desses corpos que dançam. Se não houvesse corpos que dançam, não haveria uma cultura que os fizesse dançar. Sabendo dessa condição existencial da dança é que não falamos e não pensamos aqui em uma dança específica, falamos e pensamos a dança dentro de sua pluralidade. E se não tratamos de nenhuma dança específica, a primeira coisa que precisamos fazer é
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Gradua d a e m Educaçã o Física pela UFG, gra du a n d a e m Dança pela Unicamp. Projet o de pes quis a refle tir so br e que s t õ e s que gira m e m t orn o da