dança criativa
Em meados do século XVIII a Revolução Industrial e as transformações políticas que geraram a Revolução Francesa foram fatores determinantes para a formação do pensamento moderno. Os pensadores iluministas, precursores do estabelecimento do Estado Moderno, defendiam a existência de características inatas de todos os seres humanos. Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) é um dos principais representantes do iluminismo, o pressuposto de suas teorias é a origem pura dos homens, corrompida no convívio e na formação posterior em sociedade.
Com a virada do século XIX para o século XX, a turbulência das revoluções fomentaram transformações ideológicas e políticas que influenciaram e foram influenciadas por questionamentos centrais no campo das investigações artísticas. Dentre os ideais buscados, a possibilidade insurgente da construção de um novo mundo compõe a essência das criações de importantes pensadores da época. Novos paradigmas em torno das criações em dança surgem, sendo Isadora Duncan (1877-1927) e Vaslav Nijinsky (1890-1950) as duas figuras centrais da dança no ocidente que desencadearam um contínuo processo de rupturas e transformações com o balé clássico.
Neste contexto, a Dança Moderna surge a partir da negação de uma técnica exterior ao corpo, que enquadra a diversidade dos corpos e dos movimentos num único padrão idealizado, perfeito. Para tanto, os primeiros pensamentos acerca de uma nova técnica de dança priorizavam a expressão autêntica dos indivíduos, de suas sensações e sentimentos. Dentre outras importantes contribuições filosóficas para a concepção dos novos paradigmas da dança, Rudolf Laban (1879-1958), na Inglaterra, e Margaret H'Doubler (1889-1982), nos Estados Unidos, foram os primeiros a pautar também as questões em torno da Dança Criativa.
De acordo com Marques, ambos fundamentaram seus pensamentos em consonância com as aspirações de um novo mundo. Em seus trabalhos é possível localizar um resgate dos pressupostos filosóficos