Posso dividir a história da enfermagem em quatro períodos: pré-cristão, cristão, moderno e contemporâneo, a saber:PERÍODO PRÉ-CRISTÃOA arte de cuidar sempre foi uma necessidade da humanidade. No período pré-cristão não havia política, mas foi neste mesmo período que as primeiras tentativas de elaboração de teorias políticas se consolidaram. Mas a enfermagem, como a conhecemos hoje, não se desenvolveu nesse período. Então, enumerarei apenas algumas características.O período compreende desde o início da era escrita da humanidade até a Idade Média. A arte de cuidar era exercida por curandeiros ou feiticeiras. Assim, não havia base científica que norteasse essa arte, que era tida ora como dom advindo de uma divindade, ora como dom hereditariamente transmitido. Era preocupada basicamente com alívio de sintomas das doenças, que muito freqüentemente eram atribuídas a castigos das divindades.Utilizavam-se chás, infusões e emplastos, feitos com ervas, empiricamente reconhecidas como medicinais.Foi no decorrer deste período da história da enfermagem que surgiu o pensamento filosófico, trazendo a necessidade de uma visão desligada dos mitos em todas as áreas. A medicina sofreu influência dessas mudanças e evoluiu com elas, mas a enfermagem não. Acredito que o cuidar tenha sido desvalorizado nesta época por não ser uma atividade essencialmente intelectual, ao contrário, era uma atividade quase servil (limpar curativos, purgar, etc.).A enfermagem permaneceu, então, empírica e mitológica, até o Período Cristão.PERÍODO CRISTÃOCom o concílio de Nicéia, que admitiu o catolicismo como religião efetivamente, foram surgindo as primeiras ordens religiosas. Nesta época, a tarefa de cuidar dos enfermos foi atribuída a religiosas, as Irmãs de Caridade, que exerciam a enfermagem com vocação, numa perspectiva de doação incondicional. Daí o paradigma de que a enfermeira era a pessoa "boazinha e gentil, que aceita tudo sem queixas". A enfermagem ainda não era científica.Ao elaborar suas