Daniel James, "Ideologia popular e resistência de classe: O peronismo e a classe operária, 1955-1960", Revista Brasileira de História, v.5 n* 10, pp. 5-27, São Paulo,1985.
Daniel James é um historiador e sociólogo nascido em Londres em 1948. Estudou nas universidades de Oxford e Londres. Atualmente leciona história latino-americana na Universidade Bernardo Mendel Indiana, Estados Unidos. Ele também pesquisou, junto com Mirta Zaida Lobato, a história da comunidade de classe operária de Berisso, na província de Buenos Aires.( fonte: Wikipédia)
Em seu artigo "Ideologia popular e resistência de classe: O peronismo e a classe operária, 1955-1960", ele procura dar destaque a ideologia populista, coisa que considera pouco trabalhada quando se trata de classe operaria. Tem seu foco para além do discurso ideológico formal, procurando se aprofundar nas relações entre a ideologia peronista e a classe operária; num contexto histórico conhecido como Resistência Peronista. Sua análise é acerca dos elementos que compõem a ideologia populista, como os símbolos e o discurso; ou seja, noções de nacionalismo econômico, harmonia de classe, o Estado paternalista, o papel do caudillo que são parte de um projeto de desenvolvimento e do aparecimento de uma nova classe hegemônica. O autor usa conceitos de Gramsci e Richard Johnson para esclarecer a maneira que esse discurso é recebido. A relação entre ideologia formal e cultura é muito próxima, mas também complexa e problemática. Daniel indica que para ele, "senso comum" será permeado e sempre coincidirá com a ideologia dominante.
O crescimento da Resistência acontece em 1959, no governo Frondizi, quando ocorre uma greve geral que começa com a ocupação de um frigorifico e depois envolveriam paralisações dos bancários e das industrias têxtil e metalúrgica. O governo reprime os movimentos e há uma recessão econômica. Foi nesse momento que se tornou mais visível a opção majoritária dos trabalhadores argentinos pelo peronismo e sua