Dahrendorf x marx
Sofia de Menezes Gonçalves ADM MB2 / RA 00095459
Ter em mente as condições de trabalho nas quais vivia o proletariado do século XIX, facilita a compreensão de algumas das previsões de Karl Marx a respeito da sociedade, denominada por ele, capitalista. Em plena Revolução Industrial, a mecanização do trabalho tornou-se essencial, para não dizer obrigatória, levando, a princípio, ao barateamento da mão de obra, ou seja, à diminuição de salários. Esse aspecto, somado à precariedade do ambiente de trabalho e a carência de normas, regras e leis que protegessem a integridade física e psicológica do operariado, suscitou as inúmeras preocupações do pensador alemão que, posteriormente, culminaram no desenvolvimento de suas obras: ‘O Manifesto Comunista’ e ‘O Capital’, entre as principais.
Cento e onze após a conclusão de ‘O Capital’, o cenário já era bastante diferente daquele vivenciado por Marx, o que permitiu a seu conterrâneo Ralf Dahrendorf- sociólogo e filosofo, também alemão-, no capítulo ‘Mudanças na Estrutura das Sociedades Industriais a partir de Marx’, do livro “As Classes e seus conflitos na Sociedade Industrial”, refutar suas (de Marx) teorias e ideias.
As contestações já começam a partir termo “capitalista” atribuído, pelo economista do século XIX, como característica fundamental da sociedade em questão. Para Dahrendorf, no entanto, uma sociedade capitalista era apenas um subtipo de sociedade industrial devido à estruturação social ser baseada na produção industrial. Em outras palavras, o estilo de produção industrial, baseado nos imperativos da produção, ou, neste caso, na produtividade máxima, determinava a estrutura da sociedade e não o contrário. Isto explicaria a grande similaridade entre países cujo sistema econômico era capitalista e aqueles cuja economia era baseada nos