dado

4.1. Considerações gerais
“Uma vez que ela passou a ser vista como um princípio de interpretabilidade do texto, tudo o que afeta (auxilia, possibilita ou dificulta, impede) essa interpretação do texto tem a ver com o estabelecimento da coerência (p.47)”.
“Assim, o conhecimento de mundo terá a ver, na interpretação, com a construção de um mundo textual e sua adequação aos modelos de mundo do produtor e receptor do texto (p.48)”.
“Em nível semântico, tal conhecimento de mundo terá a ver com o estabelecimento de uma unidade/continuidade de sentido, um sentido único para todo. Ligada ainda ao conhecimento de mundo, temos a questão da informatividade, que diz respeito à previsibilidade/ imprevisibilidade da informação dentro do mundo textual (p.48)”.
“O contexto situacional se relaciona tanto com o nível semântico e o conhecimento e mundo, como, por exemplo, na identificação de referentes deiticamente indicados, quanto com o nível pragmático[...] (p.48)”.
“Charolles e Franck apresentam o princípio da cooperação como básico no processo de interpretação que leva ao estabelecimento da coerência: Os usuários sempre se assumem mutuamente como cooperativos e, portanto, creem que a sequência linguística a ser interpretada foi produzida para ser um texto coerente, quer os sinais de coerência se manifestem diretamente na superfície linguística ou não (p.49)”.
“Outros elementos que afetam o cálculo do sentido e, portanto, a coerência, apenas no oral, são os fatores prosódicos em geral, como velocidade e ritmo de fala (p.50)”.
“A coerência depende também da observação de certas convenções sociais de como se devem realizar certos atos de fala. Assim, por exemplo, a fala do doente mental não se preocupa com o significado social das ligações que faz e, por isso, soa incoerente (p.50)”.
“Charolles (1978) propõe quatro meta-regras de coerência: repetição, progressão, não-contradição e relação [...] (p.50)”.
“Para Charolles (1978), as meta-regras tratam da constituição da