Dactilografia
Identidade perdida;
Consciência do absurdo da existência;
Tensão sinceridade/fingimento, consciência/inconsciência, sonho/realidade;
Oposição sentir/pensar, pensamento/vontade, esperança/desilusão;
Anti-sentimentalismo: intelectualização da emoção;
Estados negativos: solidão, cepticismo, tédio, angústia, cansaço, desespero, frustração;
Inquietação metafísica, dor de viver;
Auto-análise.
Características Estilísticas
Musicalidade: aliterações, transportes, ritmo, rimas, tom nasal (que conotam o prolongamento da dor e do sofrimento);
Verso geralmente curto (2 a 7 sílabas métricas);
Predomínio da quadra e da quintilha (utilização de elementos formais tradicionais);
Adjectivação expressiva;
Linguagem simples mas muito expressiva (cheia de significados escondidos);
Pontuação emotiva;
Comparações, metáforas originais, oxímoros (vários paradoxos – pôr lado a lado duas realidades completamente opostas);
Uso de símbolos
É fiel à tradição poética “lusitana” e não longe, muitas vezes, da quadra popular;
Utilização de vários tempos verbais, cada um com o seu significado expressivo consoante a situação.
As temáticas de Fernando Pessoa
O fingimento artístico;
Crendo na afirmação de que o significado das palavras está em quem as lê e não em quem as escreve, Fernando Pessoa aborda a temática do “fingimento”; o poeta baseia--se em experiências vividas, mas transcreve apenas o que lhe vai na imaginação e não o real, não está a sentir o que não é real. O leitor é que ao ler, vai sentir o poema.
A dor de pensar;
O poeta não quer intelectualizar as emoções, quer permanecer ao nível do sensível para poder desfrutar dos momentos, a constante intelectualização não o permite. Sente-se como enclausurado numa cela pois sabe que não consegue deixar de raciocinar. Sente-se mal porque, assim que sente, automaticamente intelectualiza essa emoção e, através disso, tudo fica distante, confuso e negro.