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Em 2004, o gaúcho Tailon Ruppenthal, que na época tinha 20 anos, foi escalado para integrar a primeira tropa brasileira de soldados da United Nations Stabilization Mission in Haiti, onde permaneceu seis meses. As memórias do militar sobre esta experiência estão no livro Um Soldado Brasileiro no Haiti.
No livro o soldado narra historias, na qual ele presenciou no exército brasileiro. Entre elas mostra como um treinamento para soldado é cruel e muita das vezes desnecessário. Em um trecho do livro ele diz:
“ Tínhamos que passar frio para provar alguma coisa (nas noites de maior desespero, os participantes do curso chegavam a dormir
Abraçados uns aos outros para espantar o frio – não sei se na guerra é assim)”
As humilhações são diárias e os soldados acabam não ligando mais , é uma espécie de teatro , só que não existe dialogo . Para Tailon são apenas robôs que cumprem a programação.
Dessa maneira, a indiferença e o endurecimento vão tomando conta da vida do recruta, mas tudo mudou para o Soldado em relação ao Haiti, não dava para ficar cego e mudo diante da situação daquele pais. Em outro trecho ele diz :
Uma coisa é passar frio de madrugada e fome por uma semana porque um oficial panaca acha que isso é importante para a sua carreira e vai te fazer um militar mais capacitado (ou um grande macho, o que, para eles, é a mesma coisa); outra bem diferente é se aproximar de um corpo jogado no chão, sentir o cheiro de carne queimada e ver que as pessoas continuam tranquilamente andando pela calçada.”
Agora os soldados tem que voltar a realidade sair do “teatro” na qual se encontravam, pois antes estavam em uma situação grotesca onde todos praticamente encenavam e agora estão lidando com um lugar de extrema violência e miséria .Muitos soldados voltaram para o Brasil doentes e abalados psicologicamente.
Era comum você está passeando e de repente ser surpreendido por uma chuva de tiros, os soldados, tinham uma ordem