Da lógica da formação à lógica da aprendizagem
Os termos “formação” e “aprendizagem” apesar de estarem intimamente ligados, e, portanto, não poderem ser dissociados um do outro, possuem algumas diferenças substanciais.
Deste modo, o termo “formação” está relacionado com um conjunto de mecanismos organizacionais, institucionais, metodológicos e organizativos. Estes, por sua vez, têm como objectivo elaboração e realização de acções de formação. No que diz respeito à designação de “aprendizagem”, esta, segundo Desimore, define-se como sendo uma mudança relativamente permanente tanto nas cognições, comportamentos e afectos, como também nas atitudes dos indivíduos, e resulta dos processos de interacção dos mesmos com as diferentes situações com que se podem deparar ao longo da sua vida.
Os dispositivos de formação eram já usados desde a época neoclássica com o objectivo de fornecer uma qualificação formal às pessoas, visando ao melhoramento das suas performances e conhecimentos para o desempenho das suas funções actuais ou futuras. Todavia, a qualificação é considerada um factor de extra-pessoalidade, visto que a existência da mesma não garantia uma elevada qualidade de desempenho e motivação.
Assim, a gestão moderna do conhecimento terá de apostar cada vez mais em modelos de formação que apostem na eficácia dos processos de aprendizagem, fazendo com que estes transformem hábitos, competências e comportamentos dos formandos. Posto isto, enquanto que a formação origina apenas uma qualificação formal, a aprendizagem gera competências efectivas.
Segundo a Andragogia (pedagogia dos adultos), são os adultos os principais responsáveis pela sua aprendizagem e os únicos “senhores” do seu próprio saber. Esta visão constitui cada vez mais uma realidade na gestão da formação dos dias de hoje e para o futuro, pois, pelo menos no que se refere à formação de adultos como activos organizacionais, ninguém consegue realmente ensinar um adulto se este não quiser