Da liberdade dos antigos à liberdade dos modernos
Wanderson Ferreira
Ecoporanga-ES, Setembro de 2013.
Da liberdade dos antigos à liberdade dos modernos
Durante todo o discurso Constant analisa a liberdade dos modernos e a liberdade dos antigos fazendo um paralelo entre ambas em um determinado momento histórico.
Constant conceitua a liberdade jurídica e individual, quando evidencia a liberdade dos modernos, levando em consideração o conceito de liberdade das grandes nações do capitalismo da época – a França, os Estados Unidos e a Inglaterra – e quando se refere à liberdade dos antigos ele dá ênfase à liberdade política e coletiva citando Esparta e Atenas.
A liberdade moderna resume no direito do individuo de não se submeter senão as leis, de não poder ser preso e nem detido, nem condenado, nem maltratado de maneira nenhuma, é o direito à propriedade privada, à liberdade de expressão, de ir e vir, tudo sem repreensão, pelo efeito de uma vontade arbitrária de um ou vários indivíduos. É para cada um o direito de dizer sua opinião, de escolher seu trabalho e de exercê-lo. Aí predomina a atividade política representativa, a soberania política dos indivíduos é restrita, a participação política dos cidadãos é indireta. O indivíduo desfruta de uma liberdade privada muito forte, independente na vida particular, mesmo nos Estados mais livres só é soberano em aparências.
A liberdade dos antigos consiste em exercer o poder político de maneira coletiva e direta, os cidadãos exercem influência real no poder. Todas as ações privadas estão sujeitas a severa vigilância, Nada é concedido a independência individual, nem mesmo no que se refere a religião. Nas coisas que nos parecem mais insignificantes, a autoridade do corpo social interpunha-se e restringia a vontade dos indivíduos quase sempre soberana nas questões políticas, é escravo em todos seus assuntos privados. Como cidadão ele decide sobre a paz e a guerra, como porção do corpo coletivo ele interroga,