DA JUSTI A
O capítulo primeiro referente ao livro Ética e Direito de nome do autor traz a noção de justiça, porém sem pretender apelar para os bons sentimentos do público; não quer nem elevar, nem moralizar, nem indicar ao leitor os valores que dão à vida todo o seu valor.
Ao considerar toda definição como a afirmação de um juízo analítico, que pode ser estabelecido de forma arbitrária, despreza-se essa transferência da emoção do termo que se define para o sentido conceitual que lhe serve de definição.
Ressalta o autor que uma definição só é analítica, portanto arbitrária, na medida em que nenhum sentido emotivo é vinculado ao termo definido.
Quanto mais consistência adquire o sentido conceitual das palavras em todas as mentes, menos se discute sobre o sentido dessas palavras, Quando há mais vantagem em chegar a um acordo sobre o sentido conceitual de um tremo do que em preconizar definições diferentes, o sentido emotivo desse termo se apaga e passa para o segundo plano. Foi isso que aconteceu com as noções básicas das ciências experimentais e matemáticas.
Quanto mais uma noção simboliza um valor, quanto mais numerosos são os sentidos conceituais que tentam defini-la, mais confusa ela parece.
Diante disso, sabendo que cada qual definirá, portanto, essas noções a sua maneira, o que lhe acarretará a irremediável confusão, chega a definição de justiça, considerada, por muitos, como a principal virtude, a fonte de todas as outras.
A justiça é o nome comum a todas as formas de mérito, e os clássicos expressariam sua ideai fundamental dizendo que a ciência moral não tem outro objeto senão ensinar o que é justo fazer e ao que é a destinação entre o justo e o injusto, em que consiste toda a ciência do bem e do mal. Assim, a justiça que, de um lado, é uma virtude entre as outras, envolve, do outro, toda a moralidade.
A justiça sob diversos nomes governa o mundo, natureza e humanidade, ciência e consciência, lógica e moral, economia política, história literatura e arte.