Da interpretação
Numa era de informação global, no entanto, em que comunicar está na base das relações pessoais e profissionais, estar familiarizado com as principais formas de convencimento virou um trunfo de mão dupla: quem sabe a importância de convencer alguém saberá também não cair tão fácil na primeira lábia de um interlocutor.
"Num mercado altamente competitivo e em acelerada mudança, a habilidade de comunicar idéias e convencer as pessoas da necessidade de mudanças é essencial Nestas circunstâncias, o domínio das técnicas de persuasão cria um diferencial valioso", diz Jairo Siqueira, consultor em criatividade e negociação.
A ressaca eleitoral de novembro que o diga, depois que o debate político se intensificou, mostrando a importância de separar o joio de uma falácia do trigo de um bom argumento, não só durante o horário eleitoral gratuito, como também na imprensa, no bate-papo de bar, nos comentários em ônibus e táxis, nas mensagens de internet, enfim, mesmo nas conversas casuais e informais do dia a dia.
Mestre em estudos literários pela UNESP, o lingüista Victor Hugo Caparica lembra que mesmo as relações interpessoais são, em última análise, relações interdiscursivas. Ou seja: na maior parte do tempo, estamos argumentando em maior ou menor grau com as pessoas que nos cercam, influenciando e sendo por elas influenciados.
"E isso pode ser desde uma simples conversa no corredor até uma negociação de vendas ou investida romântica. Em todos os casos, estar preparado para lidar com essas relações dialógicas implica não apenas falar ou escrever melhor, como também estar menos suscetível a tais astúcias da enunciação", observa.
• Alvo fácil
Caparica ministrou em setembro o curso de extensão universitária "Retórica e