Da geografia dos professores aos écrans da geografia-espetáculo
Desde o fim do século XIX pode-se considerar que existe duas geografia:
- uma de origem antiga, a geografia dos Estados-maiores que é estratégica e usada pela minoria que detém o instrumento de poder.
- a outra é a geografia dos professores que apareceu há menos de um século que se tornou um discurso ideológico na qual suas funções são inconscientes e mascara a importância estratégica dos raciocínios centrados no espaço. Por outro lado a geografia das Universidades (que serve para formar futuros professores) é carregada de diversas produções cientificas. Mas essas teses e produções cientificas só são lidas por uma pequena minoria e seu papel social é bem menor que o dos cursos, das lições e resumos. Primeiramente na Alemanha e depois na França, a geografia dos professores se desdobrou como discursos pedagógicos e científicos que têm todos um ponto comum: mascarar sua utilidade prática na conduta da guerra ou na organização do Estado. Essas teses e essas produções cientificas só são lidas por uma pequena minoria e seu papel social é bem menor que o dos cursos, das lições e dos resumos. Não se pode julgar a função ideológica da geografia dos professores considerando apenas produções mais brilhantes ou elaboradas. Socialmente, apesar do seu caráter elementar caricatural ou insignificante, as lições apreendidas no livro de geografia têm uma influência consideravelmente maior, pois contribui para influenciar milhões de indivíduos. Essa forma social dominante da geografia escolar e universitária, tem o resultado não só de mascarar a trama política de tudo aquilo que se refere ao espaço, mas também de impor, implicitamente, que não é preciso senão memória. De todas as disciplinas ensinadas na escola, no secundário, a geografia é a única a parecer um saber sem aplicação prática fora do sistema de ensino. É chocante constatar até que ponto se negligencia a geografia em meios que estão, no entanto,