Da Função Social do Arquitecto
Da função social do arquiteto/ Octávio Lixa Filgueiras. 2.ª Edição, 1985
Recensão critica:
Filgueiras faz-nos no início do seu livro uma descrição da natureza humana e da sociedade em que estamos inseridos.
Ele diz nos que agimos de forma egocêntrica apenas ajudando ou servindo outra pessoa se através desse gesto conseguirmos tirar algum proveito dessa ação.
Octávio Lixa Filgueiras concluiu ainda, que a sociedade humana funciona juntando o útil ao agradável, e apenas isso a faz andar.
A evolução do arquiteto vem de um confronto entre este sistema da sociedade e da ética. Na Idade Média, o arquiteto organizava a planta não só pelo significado religioso, mas também pela sua hierarquia social. O arquiteto da época era um homem ao que chamamos hoje em dia de culto, onde a sua escalada social era exceção, Filgueiras concluí que este teve com justiça na sua projeção social na época.
O arquiteto, não tinha qualquer preocupação e trabalhava com bastante ética. Mas o final do século XII, trouxe uma melhor organização e um pacto entre arquitetos. A partir desta época os arquitetos começaram, a pouco e pouco, a acordar em não transmitirem ou revelarem os seus conhecimentos a outros, fazendo da arquitetura um segredo só seu. Filgueiras diz achar, que este momento foi a primeira queda de nível da classe do arquiteto.Com a chegada do
Renascimento e com a tentativa de juntar o sagrado ao humano, o arquiteto sofreu uma mudança. A arquitetura deixava de ser exclusiva da igreja e surgiu a Arquitetura civil, “a arquitetura dos banqueiros” como Filgueiras se refere.
Nesta nova época houve um transporte de valores da arquitetura religiosa para a arquitetura do poder, houve uma divinização do poder. Isto fez com que o arquiteto se tornasse cada vez mais individual, começando-se a assinar as obras. Assim a arquitetura deixou de ser em anonimato. O profissionalismo de cada arquiteto entrou em queda
passando