Da cultura do corpo
As concepções de natureza e cultura, estão ancoradas nas ideias de Jean-Jacques Rousseau (século XVIII). Para ele, o homem nascia com uma natureza potencialmente boa, cabendo à sociedade garantir e preservar a natureza originalmente boa.
Na segunda metade do século XIX, a psicologia tinha forte influencia das ciências naturais: ou tinha uma índole fortemente comportamental ou se restringia a uma extensão da medicina, como a incipiente psicanálise de Freud. A antropologia, como era de cunho evolucionista, influenciada pelos escritos de Charles Darwin. A antropologia vem também para questionar as ciências naturais, as quais buscavam o “homem original”, puro de qualquer influencia social.
A antropologia evolucionista foi influenciada pelos trabalhos de Darwin, que afirmavam, em síntese, que todos os seres vivos (sem exceção) passavam por uma evolução. Assim, os povos encontrados no mundo eram considerados num estagio de desenvolvimento anterior ao homem europeu do século XIX. Chegando ao ponto, de serem classificados quanto sua evolução em selvageria, barbárie ou civilização, três categorias apresentadas por Morgan, um dos principais representantes do pensamento evolucionista.
Com o desenvolvimento do pensamento antropológico e arqueológico, pôde-se modificar o conceito de homem. Em vez de se pensar no desenvolvimento evolutivo humano como uma sequencia do biológico para o cultural, passou-se a compreender os dois processos como simultâneos.
Segundo o antropólogo Roberto Cardoso de Oliveira, é justamente a tensão entre linhas diferentes que permite o desenvolvimento da área, por meio da superação ou modificação de determinados conceitos. a convivência pacífica entre linhas diferentes poderão se constituir em pontos de tensão necessários para o desenvolvimento científico da área.
Hallowell ao deduzir a existência de uma fase protocultural na evolução hominídea, a noção de ser humano puramente biológico passa a ser