Da cor A cor existente
Utilização mística e simbólica
Em toda história humana as sociedades sempre tiveram código e elementos de uma simbologia das cores, que são frequentemente atribuídas a caráter mágico. A variedade de significados de cada cor esta ligada ao nível de desenvolvimento sociocultural das sociedades que os criam.
Os diversos elementos da simbologia da cor, como em todos os códigos, resultam da adoção de determinados valores representativos, designificativos ou diferenciadores, oque dá qualidade e significado ao símbolo é sempre sua utilização.
Isso também ocorreu com a cor, porém de forma mais sutil e complexa. Pode-se dizer que a simbologia da cor nos povos primitivos nasceu de analogias representativas, para só depois, por desdobramentos comparativos, atingir um nível de relativa independência que corresponde a estágios mais elevados de subjetividade. O vermelho, lembrando o fogo e o sangue, poderia também representar terror ou morte. O amarelo, que lembra o ouro, sol e frutos maduros, facilmente seria identificado com a ideia de riqueza, abundância e poder. O branco se relaciona com a luz, portanto com a ideia, o pensamento, a tranquilidade, a pureza e a paz. O preto, com a noite, a escuridão, perigo e maldade.
O significado das cores nunca teve vida autônoma que iniciasse e terminasse o seu ciclo de ação no próprio âmbito de ideias. Ao contrario, as ideias originadas por certos estímulos exteriores só conseguiram transforma-se em símbolos, no retorno ao mundo objetivo, quando testados pela prática.
Da utilização da cor no ritual ao puro gosto pela cor vai um longo caminho de evolução social e psíquica em que participam inúmeros elementos conturbadores. Daí ser tão complexa a definição do gosto estético em geral. Esbarra-se aqui também com a contradição entre influências coletivas como expressão mais nítida de injuções sociais e as particularidades individuais. A opção exclusiva por apenas um dos elementos da contradição