DA CIVILIZAÇÃO ÀS CIVILIZAÇÕES

A civilização é, inicialmente a ação de civilizar, processo progressivo e progressista, destinado a incluir, a integrar, modificando-os, alguns daqueles que permanecem de fora: no campo, os rurais ou rústicos, ou aldeões ou vilões, ou nas florestas, os selvagens. Depois, a civilização é o estado de civilizado, o conjunto das qualidades adquiridas fora da natureza. É enfim, o conjunto dos fenômenos que caracterizam a vida nesse universo à parte, evoluído, construído pelo homem, citadino. Em plena época em que os europeus passam a dominar o mundo, tanto intelectual quanto politicamente, a civilização é inicialmente concebida como uma só, do mesmo odo que a cultura. Logo, porém, refinando seu modo de captar o mundo, assim como as diferenças entre eles mesmos, os europeus serão levados a considerar que existem tantas culturas quantos línguas e povos, e que há também, talvez, civilizações diversas. A principal inovação dirá respeito ao reconhecimento gradativo da diversidade das culturas e das civilizações, à passagem de a civilização ara as civilizações. Depois disso, diversos esquemas lineares de evolução foram traçados. Todos esses esquemas tendem a impor uma visão geral da evolução baseada no progresso tecnológico, mas esbarram nos deslocamentos, nas velocidades desiguais, nos desvios observados de uma sociedade para outra, e realizam uma integração falha dos diversos compartimentos da humanidade que constituem as civilizações. Para Spengler, a cultura caracteriza os períodos de ascensão e de apogeu, e a civilização, a decadência de cada uma dessas grandes aventuras coletivas de parte da humanidade. A etapa de “civilização” no sentido spengleriano, é, pois, aquela, crepuscular, que anuncia o fim do ciclo. Outro historiador, Toynbee elabora uma tipologia detalhada e uma classificação das civilizações, as quais apresenta como entidades societais de grande porte que possuem uma originalidade social, política cultural e religiosa. Ao lado da compartimentalização,