Da alma dos artistas e escritores
Da alma dos artistas e escritores
Neste trabalho rafaremos uma breve interpretação do aforisma 159, do capítulo intitulado “Da alma dos artistas e escritores” no livro Humano Demasiado Humano. Veremos como Nietzsche encarava as diferenças entre a arte e a ciência e os perigos que o autor acreditava que o artista corria em viver intensamente sua arte.
A ARTE SENDO PERIGOSA PARA O ARTISTA- 159: “Quando a arte arrebenta fortemente um indivíduo, leva-o de volta a concepção de época em que a arte florescia do modo mais vigoroso, e tem então uma influência regressiva. Cada vez mais o artista venera emoções repentinas, acredita em deuses e demônios, põe alma na natureza, odeia a ciência, adquire um ânimo instável como os indivíduos da antiguidade e requer uma subversão de todas as relações que não sejam favoráveis à arte, e isso com a veemência e insensatez de uma criança. Ora, em si o artista já é um ser retardado, pois permanece no jogo que é próprio da juventude e da infância: a isto se junta o fato de que ele aos poucos ser regredido ‘há outros tempos’. Desse modo acontece, afinal, um violento antagonismo entre ele e os homens de mesma idade de seu tempo, e um triste fim; assim, segundo os relatos antigos, Homero e Ésquilo acabavam vivendo e morrendo na melancolia.” Nietzsche se contrapõe a arte que invade a metafísica. Pra ele o impulso artístico deve tratar unicamente da realidade humana delimitada pela ciência, não de nenhuma realidade transcendente. O artista ao penetrar de modo muito intenso em sua obra corre o risco de perder o contato com o que realmente é a arte e se perder no mundo de crenças e deuses, como os antigos faziam. Essa união entre arte e metafísica é ainda mais problemática para o autor, pois esse visão artisca-metafícica foi responsável por promover uma concepção de homem que estabelece entre ele e o restante do mundo natural uma falsa hierarquia, uma vez que