Cíume em capitu
“Ciúme: Sentimento doloroso que as exigências de um amor inquieto, o desejo de posse da pessoa amada, a suspeita ou a certeza de sua infidelidade, fazem nascer em alguém.”
Aurélio Buarque de Holanda, in Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
(Citado em “O Pequeno Livro do Ciúme”)
Este capítulo pretende esclarecer a questão abrangente do ciúme para o entendimento do ciúme durante a minissérie analisada, como também nas entrevistas que foram concedidas ao grupo.
A questão do ciúme sempre fora abordada de forma ampla e pluralística, além de ser um dos temas mais abundantes na literatura mundial. Ainda assim, o ciúme não apresentava um conceito não contraditório até o ano de 1981. Antes disso, opiniões divergentes de vários autores contribuíam para certa indefinição do assunto.
O ciúme fora assim definido por Gregory White e Paul Mullen em 1981 “um complexo de pensamentos, sentimentos e ações desencadeado em reposta a ameaças à existência ou a qualidade do relacionamento, quando essas ameaças são geradas pela percepção de uma real ameaça potencial atração entre o parceiro de alguém e um (talvez imaginário) rival.”.
É fundamental ressaltar que, o ciúme sempre esteve presente na história da humanidade comprometendo relações interpessoais, seja no ambiente familiar, escolar, laboral e/ou vida social; mas, de maneira especial nas relações afetivas. Dessa maneira, partimos para um breve panorama histórico do tópico abordado.
2.1 – Um breve panorama histórico
A complexidade e o início do estudo dos temas começam há aproximadamente vinte e quatro séculos atrás quando Aristóteles definia o ciúme como o desejo de ter o que a outra pessoa possui, como por exemplo, suas qualidades, isto é, originalmente era considerado de boa estirpe, em outras palavras era remetido a uma nobre inveja.
Mais tarde, encontra-se em referências bíblicas como algo belicoso à boa vivência do amor. Salomão acreditava que o amor era forte como a morte e o ciúme – concebido