Césio 137
Ruama Lopes
Césio 137
Cerquilho/SP
2012
Césio 137
Há 20 anos, a cidade de Goiânia (GO) foi palco do maior acidente radioativo em área urbana do mundo. No dia 13 de setembro de 1987, os catadores de papel Wagner Mota Pereira e Roberto Santos Alves encontraram um aparelho usado para o tratamento de câncer abandonado nos escombros do Instituto Goiano de Radioterapia, na capital do estado de Goiás. Vendida a um ferro-velho, a peça continha uma cápsula de Césio- 137, um elemento altamente radioativo, foi rompido a céu aberto, dando início ao maior acidente radiológico do mundo, que ficou conhecido como a tragédia devastadora do Césio-137. Como consequência da contaminação radioativa, a Associação das Vítimas do Césio - 137 estima que cerca de 60 pessoas já morreram e mais de 6 mil ainda sofrem dos efeitos da contaminação. Na época do acidente, o despreparo governamental em lidar com a situação foi evidenciado pela demora em identificar a causa da contaminação e pela reação improvisada da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, que continua como órgão regulador e fiscalizador das atividades nucleares brasileiras.
O Inicio de Tudo
A cápsula de Cloreto de Césio fazia parte de um equipamento hospitalar utilizado para radioterapia que utiliza o césio para irradiação de tumores, ou materiais sanguíneos (sangue e plasma sanguíneo). O irradiador havia sido desativado em (1985) e se encontrava abandonado. Dois catadores de sucata chamados Roberto dos Santos e Wagner Mota invadiram o prédio abandonado e observaram um volume muito pesado, constatando ser uma peça composta de chumbo e metal, os dois ficaram empolgados com o valor que poderiam receber pela venda do equipamento. Eles tentaram quebrá-la ali mesmo, mas não conseguiram. Mas separaram o aparelho em duas partes. Pegaram a parte menor, juntamente com a cápsula de Césio que era acoplada na extremidade da peça, e a transportaram em um carrinho de mão para a casa de