Células tronco
1- Introdução A complexidade de organização de um organismo multicelular, quando adulto, pode ser comparada a uma sociedade "ideal", onde cada membro dos diferentes segmentos sociais necessita desempenhar satisfatoriamente a sua função, para que a mesma evolua, mantendo o equilíbrio. O mesmo ocorre com os tecidos que formam os órgãos de um organismo multicelular. São formados por conjuntos de células especializadas que se diferenciaram durante a fase embrionária para desempenharem funções específicas. Normalmente, os tecidos adultos são compostos por um número de linhagens celulares distintas e irreversivelmente determinadas, isto é, durante a fase embrionária, as células são designadas a seguirem uma determinada via especializada de desenvolvimento, refletindo uma alteração do caráter interno da célula. Além das células com características definidas que se agrupam para formar tecidos, há outros tipos de células com características próprias que também mantém este tecido e se encontram entre as suas células, como as células endoteliais dos vasos sangüíneos, as células nervosas, os macrófagos ou ainda os melanócitos. Portanto, quase todo tecido é uma mistura de muitos tipos de células que devem permanecer diferentes umas das outras. As células em geral têm vida mais curta que o organismo a que pertencem, portanto, durante a vida adulta em quase todos os tecidos as células morrem e são substituídas, com exceção, das células nervosas e das células do músculo cardíaco, que persistem durante toda a vida sem se dividir e sem serem substituídas. As células do próprio tecido são renováveis e capazes de substituir as que morrem por apresentarem duas propriedades fundamentais que as capacitam a manter a forma e a função do tecido: 1. por terem uma memória celular e 2. por estarem continuamente sob influência dos sinais de outras células, sentindo o seu ambiente e ajustando a sua