Câncer Ocupacional
O câncer ocupacional é uma das formas de adoecimento e de problema com a saúde do trabalhador.
Em todas as regiões brasileiras, os cânceres são a segunda causa de morte por doença, ficando atrás, apenas, das doenças do aparelho circulatório. No Brasil, em 2000, o câncer foi responsável por 12,7% dos 946.392 óbitos registrados, sendo que 54% dos óbitos por câncer ocorreram entre os homens e 46%, entre as mulheres.
Câncer ocupacional é decorrente da exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos classificados como carcinogênicos, presentes no ambiente de trabalho. Mesmo após a cessação da exposição; representa de 2% a 4% dos casos de câncer. Os fatores de risco de câncer podem ser externos (ambientais) ou endógenos (hereditários), estando ambos inter-relacionados e interagindo de várias formas para dar início às alterações celulares presentes na etiologia do câncer. A má qualidade do ar no ambiente de trabalho é um fator importante para o câncer ocupacional. Durante pelo menos oito horas por dia os trabalhadores estão expostos ao ar poluído, pondo seriamente em risco a saúde. Quando o trabalhador também é fumante, o risco torna-se ainda maior, pois o fumo interage com a capacidade cancerígena de muitas das substâncias.
Os estudos epidemiológicos têm sido as fontes mais definitivas de informação sobre o câncer ocupacional, que atinge principalmente o pulmão, a pele, bexiga e medula óssea. Mais recentemente, estudos tem apontado sua ocorrência também no trato gastrintestinal, sistema nervoso central e ossos. Outro aspecto importante que deve ser considerado são as repercussões para as gerações futuras em termos de malformações ao nascer e cânceres na infância entre os filhos dos trabalhadores expostos a agentes cancerígenos.
A primeira observação da relação entre a ocupação das pessoas, a exposição a agentes ocupacionais e neoplasias de origem hematopoética foi relatada por Pott, em 1775, pela qual demonstrou a alta freqüência de câncer