Cálculo
Renata Carvalho
Escola Básica Integrada Padre Vítor Melícias, Torres Vedras
Introdução
Esta conferência tem como propósito discutir a importância do cálculo mental tendo em conta as orientações curriculares actuais para o ensino da Matemática (nacionais e internacionais), apresentar estratégias de cálculo que os professores podem desenvolver com os seus alunos na sala de aula e mostrar exemplos concretos como os alunos mobilizam estratégias de cálculo em diversos contextos. E, sobretudo, pretende alertar para a importância do cálculo mental na aprendizagem da Matemática.
Cálculo mental e sua importância
Orientações curriculares e cálculo mental
O trabalho com números é fundamental na vida quotidiana e a sua importância reflecte-se nos currículos escolares de todo o mundo. Isso acontece igualmente em Portugal, onde o ensino e a aprendizagem da Matemática enfrentam novos desafios com a generalização de um novo programa. Existem propósitos de ensino comuns a todo o ensino básico que requerem uma mudança de práticas, como é o caso do desenvolvimento do sentido de número, da compreensão dos números e das operações e da capacidade de cálculo mental e escrito. O cálculo mental ou cálculo numérico é referido nos currículos de Matemática há mais de 70 anos (Brocardo &
Serrazina, 2008) e tem agora um lugar de destaque nas novas orientações curriculares em Portugal, embora ao longo do tempo isto nem sempre se verificasse. Na verdade, o rápido avanço da tecnologia tem contribuído para a desvalorização de competências básicas de cálculo quando deveria ter acontecido o contrário pois o desenvolvimento de estratégias pessoais de cálculo mental permite a consolidação do sentido de número e a melhoria da capacidade crítica e de estimação dos alunos. Como indica Bourdenet (2007), com o uso crescente da calculadora, perdeu- se o hábito de calcular mentalmente, remetendo para segundo plano a aprendizagem de competências