Custo de mão-de-obra e encargos sociais
Wellington Rocha
Professor do Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP
INTRODUÇÃO
No Brasil são ainda poucos os setores industriais com alto grau de automatização, como os de química fina, petroquímica, eletro-eletrônico etc.
Nesses setores, embora se observe uma diminuição na participação percentual dos custos de mãode-obra direta, sabe-se que são cada vez mais elevados os gastos com pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos, nos quais a remuneração de pesquisadores é muito relevante em alguns casos os salários totais de técnicos e cientistas podem superar o valor da mão-de-obra direta aplicada á própria produção.
Além disso, a redução da proporção de mão de MCD em cada unidade de produto não significa que o total de salários pagos esteja decrescendo.
Setores como o das indústrias de artefatos de couro, de confecções, de móveis, construções civis etc. Ainda se caracterizam pelo uso intensivo de mão-de-obra.
No setor terciário da economia, os gastos com remuneração dos recursos humanos chegam a 70% dos custos totais; e este setor vem aumentando sua participação no PIB.
Apesar de tudo isso, a literatura disponível no Brasil sobre custo de mão-de-obra é escassa; por isso acreditamos na utilidade deste trabalho, que se propõe a contribuir para o aprofundamento dos estudos sobre o assunto. CUSTO DE MÃO-DE-OBRA E ENCARGOS SOCIAIS HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-92511992000300003&script=sci_arttext" \l "nt1" 1
1. CUSTO DE MÃO-DE OBRA
1.1. Conceituação
O conceito de custo de mão-de-obra e os elementos componentes desse custo são os mais diversos possíveis. Vejamos o que dizem alguns autores.
Na visão de Anne Crichton, em "Personnel Management in Context" HYPERLINK "http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-92511992000300003&script=sci_arttext" \l "nt2" 2, o custo de mão-de-obra se traduz na