Currículo e multiculturalismo
No limiar dos últimos anos pode-se perceber uma elevada transformação no sentido da palavra Currículo. Analisar o contexto educacional e curricular é valorizar as influências que os pensamentos pedagógicos têm na ação docente. O currículo é a representação do saber e poder, fatores indispensáveis à transformação social. Pois, a cultura de uma sociedade está ligada à política cultural, cujo resultado educacional se dá através da mútua ligação entre a ideologia, a cultura e o poder. No entanto, a elaboração de um currículo é um processo social, no qual convivem lado a lado os fatores epistemológicos, lógicos, intelectuais e determinantes sociais como poder, interesses, conflitos culturais, fatores ligados à classe, raça e etnia. Pensar e viver no mundo atual passa pelo reconhecimento da pluralidade e diversidade de sujeitos e de culturas com base no respeito e tolerância recíproca, concebendo as diferenças culturais não como sinônimo de inferioridade ou desigualdade, mas equivalente a plural e diverso. O multiculturalismo é uma representação dessa diversidade cultural, onde se destaca a multiplicidade de culturas e a pluralidade de identidades. Trabalhar as diferenças como; racismo, machismo, preconceitos e discriminações, é trabalhar com importância a Escola e o Currículo. É pensar de forma global e deve levar em consideração os aspectos políticos, econômicos, sociais, culturais e educacionais. Por conta disso, torna-se difícil, muitas vezes, situar quem é quem no jogo das diferenças, nas relações de poder desiguais, isto é, quem se posiciona na condição de dominante ou de dominado. Como por exemplo, o caso do negro que é discriminado por outro branco, mas, maltrata a mulher em casa; ou o caso de um gay ou lésbica que sofre na pele o preconceito pela sua condição sexual, mas não deixa de assumir posição racista diante de uma pessoa negra etc. É notória a lenta caminhada no sentido de acolher a diversidade cultural,