Curriculo como narrativa etnica e racial
“O currículo não é um conceito, mas uma construção cultural é lugar, espaço, território, é relação de poder, é trajetória, viagem, percurso, é autobiografia, é texto, discurso, documento, é nossa vida, sendo assim, é no currículo se forja nossa identidade, ele é o nosso documento de identidade. SILVA (1999 contracapas).”
Quando se fala em currículo no campo educacional, não estamos nos referindo apenas aos conteúdos, aos métodos ou a práxis pedagógica, mas também a história dos sujeitos, autores, ao cotidiano da comunidade e sua relação com a escola que não deve ser considerada como um espaço neutro, nem deve ser um espaço de exclusão, muito pelo contrário, ela deve ser um espaço de produção de conhecimento, de exercício da cidadania, de constituição, afirmação e produção de identidades.
Ao tratar a etnia e a raça dentro do currículo, percebemos que este é um assunto muito complexo, pois, na educação escolar, trabalhar na perspectiva dessa diversidade cultural significa uma ação pedagógica que vai além do reconhecimento de que os alunos sentados nas cadeiras de uma sala pertencem a um grupo social, é preciso praticar uma pedagogia que valorize as diferenças, compreender que o primeiro passo a ser dado é defender uma educação questionadora dos conceitos predefinidos, tratando-os como categorias socialmente constituídas no decorrer dos discursos históricos, e ir além de benevolentes declarações de boa vontade para com a diferença. A escola é uma instituição social que forma um indivíduo, e por esse motivo deve ser um espaço que valorize as diferenças e a diversidade.
A visão do currículo sobre a escola é de um espaço social, educativo e cultural, entretanto, ao longo do caminho nos deparamos com escolas nas quais o desinteresse da própria gestão e o cansaço dos professores, essa mesma escola que deveria e deve ser um referencial na sociedade, torna-se um símbolo de decadência. Precisamos estabelecer que a função do