curadoria
O primeiro contato que tive com a obra de Marcelo Paciornik foi através de um livro que ele estava montando para o curso de Fotografia da FAAP, era ainda um esboço do que viria a ser seu trabalho de conclusão de curso. Neste livro Marcelo estava propondo uma leitura de sua obra como um todo, ele investigava seu processo de criação e sua poética teoricamente e indicava algumas obras para ilustrar este processo. O livro é na verdade um exercício de curadoria, um recorte bem esquematizado de sua obra que mostra para o leitor alguns pontos que não estão evidentes apenas nas imagens.
O que mais me chamou atenção em todo o discurso foi exatamente a demonstração de como a sua obra se construiu a partir da fotografia enquanto ferramenta e passagem desta também para elemento expressivo.
Nesta demonstração Marcelo propõe questionamentos pertinentes a cerca dos dois meios de representação, pintura X fotografia. Portanto quero conduzir minha proposta curatorial para uma investigação destes fenômenos, abordados por Marcelo em seu livro, como intuito de mostrar ao público de forma elucidativa estes trabalhos paralelos mas que em algum momento podem ter um ponto de convergência.
Para tanto, farei um recorte pensando inicialmente nas formas. Tomarei alguns quadros de 150X300 cm, os mais horizontais, que são recorrentes em todas as fases de trabalho pictórico e apresentarei junto as fotografias de um único ensaio, “O que está dentro. O que está fora. O que está escondido” fotos panorâmicas, assemelhando-se aos formatos das telas de pintura. A escolha deste tema na fotografia é a evidente diferença entre ele e os temas das pinturas. Enquanto as pinturas falam de personagens ficcionais, as fotos trazem uma carga documental de uma realidade construída em uma experiência real.
A principio a relação entre o que vai ser mostrado é apenas formal.
Mas se formos tomar o trabalho de Marcelo como um todo, em uma avaliação mais profunda, verificamos que