Cunhadores da expressão Sociedade de Massa, os neomarxistas frankfurtianos afirmavam, já na primeira metade do século XX, ser o complexo social compreendido aos meandros pelos quais o indivíduo comum é manipulado segundo os interesses das aristocracias capitalistas. Concernentemente, os avanças tecnológicos são colocados a serviço da lógica sistemática do Capitalismo. As tradições, também. Como que por sagrado, o Natal, festividade religiosa cristã e constatação da permeabilidade da Coca-Cola entre as mais arcaicas culturas – a empresa fora quem “criou” a imagem caricata do bom velhinho -, se monta como um quadro de análise e estudo daquilo que Adorno denominaria por Indústria Cultural. Em tempos de sustentabilidade, as sacolas plásticas continuam cada vez mais cheias de quinquilharia, bugigangas, agrados materias que serão distribuídos por uma imposição sociocapitalistas por onde as datas comemorativas se tornam um presuposto para o consumismo alimentado intrinsecamente em todos os seres sociais. Desse modo, a cultura veiculada pelos meios de comunicação não tomam seus argumentos originais, religiosos e tradiconais, mas, sim, aqueles galgados pelos produtores da globalização utópica: a felicidade no consumir. Em contexto nacional, o espírito cosumista do Natal, no entanto, esconde ao máximo a sua faceta macabra. Se até o menino Jesus recebeu os seus regalos dos Três Reis Magos, é hora do brasileiro ir às compras aquecer – pontualmente – a morna economia do laterna entre os BRICS na evolução do PIB em 2012. Na ressaca pós-ceia, a previsão mais certa é também a mais comum: estagnação financeira, dívidas generalizadas e dor de cabeça. Muita dor de cabeça. Frankfurtiano que era, Adorno, talvez, fora aquele que buscou o melhor refúgio em decorrência da falta de perspectiva de transformação social: o campo da arte. Nesse, o filósofo encontraria o único reduto autêntico da razão emancipatória e da crítica à opressão social. Judeu “assimilado”, Adorno não