Culturas de chimpanzes reflexoes ontologicas materialistas acerca do que nos faz humanos
Leandro Módolo Paschoalotte (PIBIC/Fundação Araucária-UEM), Eliane Sebeika Rapchan (Orientador), e-mail: elianesebeika65@gmail.com
Universidade Estadual de Maringá/Departamento de Ciências Sociais, PR.
Ciências Humanas - Antropologia
Palavras-chave: natureza-sociedade, ontologia, marxismo.
Resumo
Este estudo tem como intento se aproximar criticamente do que alguns biocientistas vem denominando de “culturas de chimpanzés”. Tais pesquisas veem não apenas implicar num retornor crítico as reflexões das fronteiras entre ciências humanas e sociais com as biociências; como também, e sobretudo, no retorno das ciências sociais, maiormente a antropologia, a um debate que por muito tempo foi esquecido ou marginalizado, aquele acerca das especificidades humanas frente aos outros animais não-humanos. Ou seja, um debate propriamente ontológico sobre o que diferencia o “ser social” da esfera natural. Para isso utilizamos de alguns dos lineamentos ontológicos que a obra tardia do filósofo Gyorgy Lukacs apontou como heranças teóricas fundamentais de Karl Marx.
Introdução
Charles Darwin é apontado como o primeiro cientista a sugerir a importância de se promover o estudo comparativo do comportamento dos animais, seres humanos incluídos (Gould 1999). A partir dele muitas pesquisas foram realizadas nesse campo. No entanto, desde aproximadamente 1960, o que se sabe sobre comportamento animal e os sentidos que têm sido atribuídos às novas descobertas revolucionaram concepções e transformaram profundamente o conhecimento sobre os grandes símios (bonobos, chimpanzés, gorilas e orangotangos). De fato, muito pouco se sabia sobre os primatas em geral até década de 1960. De lá pra cá, às pesquisas, somaram-se relatos sobre o comportamento de chimpanzés em seus habitats africanos originais que produziram impactos profundos sobre as concepções então vigentes sobre as