Cultura
Como as pessoas gerem o conflito nas organizações: Estratégias individuais negociais
SCOTT ELMES McINTYRE (*)
INTRODUÇÃO
Neste artigo pretende-se abordar o tema da gestão de conflito, especialmente no que se refere ao contexto empresarial. Assim, define-se o que é o conflito, quais as atitudes que os gestores e empregados têm perante o conflito, quais as fontes de conflito, alguns factores condicionantes do conflito, as melhores estratégias para lidar com o conflito nas empresas (o que dá mais rendimento) e algumas conclusões sobre o tema. Relaciona-se ainda as concepções de conflito e as suas estratégias de gestão em várias culturas organizacionais. A globalização dos mercados, e o seu correspondente aumento de competição, está criando uma necessidade crescente no que respeita à inovação, tanto ao nível de novos produtos e novas formas de os produzir, como nos modos de os entregar com maior rapidez aos clientes (Lovelace, Shapiro & Weingart, 2001). Uma forma de se ser mais competitivo é através do utilização de equipas,
(*) Instituto Superior da Maia, Portugal. E-mail: sem@ ismai.pt
especialmente equipas heterogéneas, com uma composição cross-functional, isto é, compostas de membros com funções diferentes (e.g. marketing, produção, vendas, recursos humanos, I&D). O pressuposto destes grupos cross-funcionais é que pessoas com perspectivas e funções diferentes poderão oferecer soluções inovadoras para os vários problemas que se colocam (De Dreu & Van Vianen, 2001; Lovelace, Shapiro & Weingart, 2001). O desafio destes grupos é o de gerir bem o conflito que, inevitavelmente, surgirá no seio do grupo devido à existência de diferentes perspectivas. Na verdade, o bom funcionamento dessas equipas heterogéneas tem sido uma tarefa difícil, particularmente na resolução de tarefas mais complexas. A eficácia de uma equipa não depende apenas do desempenho individual dos seus elementos, mas igualmente da estreita