Cultura
Os cenários do Futuro face às dinâmicas do Global e do Particular
Jesus Maria Sousa
Professora Universitária
PÓS-TÍTULO
A Educação não pode deixar de ter os olhos no Futuro. Fazendo uso de uma técnica de trabalho utilizada pela planificação que envolva mudança e incerteza, propomos a análise de quatro possíveis cenários, combinando Globalização e Fragmentação com
Competitividade e Solidariedade, enquanto quatro “driving forces” que puxam o Futuro em direcções opostas. Em todos estarão presentes as novas tecnologias de informação.
DESDE AS PRIMEIRAS VAGAS DE GLOBALIZAÇÃO
Nunca se fez sentir tanto como agora o fenómeno da globalização. Iniciada com a era dos descobrimentos, ao aproximar, de uma forma compulsiva e dominadora, mundos e costumes diversos (não nos esqueçamos da deslocação da mão-de-obra escrava africana para as Américas, ou do aniquilamento de tribos e culturas, se não falarmos dos próprios processos de colonização), a globalização veio a passar por várias etapas, onde foi ganhando novos alentos, ao longo dos últimos séculos. A actual globalização, no entanto, surge ao fim da Segunda Guerra Mundial, sendo os seus traços posteriormente acentuados com a queda do muro de Berlim, em 1989.
As organizações mundiais para a determinação de políticas a diversos níveis, como a OMS/WHO, a OMT/ILO, a OMC/WTO, etc., ou os agrupamentos de países ou comunidades com objectivos mais próximos, como o Nordic Council, - abrangendo a
Dinamarca, a Finlândia, a Islândia, a Noruega e a Suécia, - a CPLP, - os Países de Língua
Portuguesa, - a própria União Europeia, têm vindo a reduzir o espaço disponível para estratégias nacionais grandemente diferenciadas, conduzindo, pelo contrário, a uma maior homogeneidade nos aspectos regulatórios dos Estados. Falamos do conceito de “global governance” em vez de “government”.
A ACELERAÇÃO DO CONHECIMENTO
Por outro lado, também de forma incomparavelmente mais intensa do que em qualquer outra época da