Cultura
Quantos presidentes a empresa teve nos últimos anos? A maior parte dos executivos foi formada dentro de casa ou contratada a preço de ouro? A estratégia de remuneração é conhecida pelos executivos e pelos acionistas? São informações que podem até parecer pouco relevantes, mas que têm relação inegável com o desempenho das empresas no longo prazo.
As dez empresas do ranking EXAME/BCG têm cultura corporativa clara. Os presidentes da CCR, Renato Vale, e da Tractebel, Manoel Zaroni Torres, por exemplo, estão no cargo há mais de dez anos. O da Ambev, João Castro Neves, começou como trainee nos anos 90.
No caminho oposto estão empresas que cresceram rapidamente nos últimos anos e não tiveram tempo de formar seus próprios executivos nem de criar uma cultura corporativa única. Um caso emblemático é a PDG, maior incorporadora do país.
No último ano, as obras começaram a atrasar, as ações caíram 60% e, para piorar, o executivo escolhido para assumir a presidência deixou o negócio — a PDG ficou sem sucessor.
“Nas empresas que conseguem ter sucesso no longo prazo, os funcionários conhecem muito bem a cultura e se identificam com ela. Todos sabem para onde o negócio está caminhando — e, por causa disso, não se abalam com os solavancos do mercado”, diz a consultora Betania Tanure, especialista em cultura organizacional.
Cresça no exterior — mas com calma
Crescer fora do Brasil também foi um grande negócio nos últimos anos para pelo menos quatro empresas da lista: Brasil Foods, Marcopolo, Ambev e Randon. Nos últimos oito anos, a receita da Ambev no exterior, que era zero, chegou a 30% do total. Na fabricante de peças automotivas Randon, passou de 10% para 20%.
Mas não foi apenas por crescer no exterior que esse grupo de empresas conseguiu se valorizar. Elas seguiram uma cartilha com uma regrinha básica: começar pequeno, sem arriscar muito no processo.
Mesmo as empresas mais cuidadosas levam tempo até aprender a atuar fora do país, e nesse caminho jogam