Cultura
Manifesto da Poesia Pau-Brasil é um manifesto redigido pelo escritor brasileiro Oswald de Andrade, apresentando as noções estéticas que iriam nortear o seu trabalho em poesia e o de outros modernistas brasileiros, influenciando também a escrita de poetas estrangeiros, como o francês Blaise Cendrars.
Como ocorreu
Foi publicado pelo Correio da Manhã, em 18 de março de 1924, é do mesmo ano do Manifesto Surrealista, do escritor André Breton. O Manifesto (bem como o livro relacionado a ele, Pau-Brasil, terminado em 1924) demonstra que o Brasil estava acompanhando plenamente o movimento das vanguardas européias. O texto era, naquele momento, uma forma de expressão pós-portuguesa plena e autonomamente afirmada. Oswald defende uma poesia que seja ingênua, mas ingênua no sentido de não contaminada por regras preestabelecidas para pensar e fazer arte, basicamente primitivista, embora agregando a esta forma de escrever (associada ao Surrealismo apenas no desejo de revelar o primitivo do ser humano) outras características inspiradas na poesia de vanguarda européia, como a síntese expressa no trabalho de cubistas e expressionistas.
Características
O manifesto foi desenvolvido pelo autor em tom de paródia e de festa, algo como uma prosa poética pautada por aforismos, naquilo que se chamava nas vanguardas da época de linguagem telegráfica, por influxo do futurismo e do cubismo. Oswald expressa nele o desejo de que o Brasil passe a ser cultura de exportação, como foi a árvore pau-brasil. Defende também que a sua poesia seja um produto cultural que não deva nada à cultura européia e que possa, inclusive, vir a influenciá-la.
O autor busca um fazer poético original e espontâneo, embora cite algumas diretrizes para a construção de um poema Pau-Brasil, como a síntese e o "desvio linguístico" , por exemplo. Antagoniza com as formas de arte da época no Brasil, as quais ainda estavam completamente dominadas pelo espírito da imitação, propondo uma poesia