Cultura e Sociedade
UMA SOCIEDADE GUERREIRA?
É opinião bastante comum que os indo-europeus eram um povo guerreiro, que se estendeu por toda a Eurásia graças às suas habilidades guerreiras.
PORÉM: No vocabulário comum, são pouquíssimos os termos específicos relacionados à guerra e à sua técnica:
*nsi «espada» (mais provavelmente, «faca» usada em rituais) lat. ensis sscr. así-
(av. anhu)
*gwen- «golpear, matar» lat. fendo (daí port. ofender, defender) gr. theíno «matar»; gr. phónos «assassinato» rus. gon «caça»
“Tanto a Índia védica, como os poemas homéricos, a épica germânica e as tumbas de Hallstadt ou La Téne, revelam uma sociedade imbuída de valores como o arrojo no combate, a força física, a destreza no manejo de armas, em que a honra, a lealdade e o heroísmo ocupavam um lugar de destaque. Uma sociedade de príncipes guerreiros com tumbas dotadas de armas e outros apetrechos esplêndidos” (Villar)
Ou seja, os primeiros testemunhos históricos dos diversos grupos i.e. mostram esses povos como altamente capacitados para a guerra.
O comportamento guerreiro dos i.e. se deduz mais do seu comportamento histórico ou proto-histórico que do vocabulário comum.
Diante dessa divergência entre dados históricos e dados lingüísticos, são duas as soluções propostas:
1) O vocabulário se renovou por causa da renovação das técnicas ligadas à guerra;
2) Os indo-europeus, na pátria originária, não eram particularmente inclinados à guerra, mas com as migrações tiveram a necessidade de se tornarem mais agressivos.
RECURSOS BÉLICOS
O mais poderoso e o mais característico é o uso do cavalo nos campos de batalha.
A domesticação do animal é colocada no V milênio.
O uso de rédeas, recurso essencial para o bom domínio, tem as seguintes datações:
Estepes russas: 2000/1500 a.C.
Oriente Próximo: 1500 a.C.
Europa: I milênio
O uso do carro puxado por cavalos é pouco anterior à invenção das rédeas.
Hititas, micênicos, indianos védicos