Cultura E Pol Tica
A década de 1960 talvez tenha sido a época de maior convergência revolucionária entre política, cultura, vida pública e privada. A rebeldia contra a ordem social vigente, e o desejo de uma revolução social, eram diálogos constantes nesse período. É são nas manifestações artísticas que esses “rebeldes” encontram uma, de diversas formas, para se expressarem. Partidos e movimentos de esquerda, intelectuais e artistas prezavam a ação para mudar a história e construir um novo homem. Esse novo homem seria aquele do passado, o autêntico homem do povo, o verdadeiro brasileiro. Vindo do interior do Brasil, ele não fora influenciado pala urbanização capitalista. Esse era o ideal de sujeito que os movimentos esquerdistas buscavam, a fim de construir uma nova nação. Exemplos desse homem seriam o indígena, o negro e os camponeses.
O processo de questionar a ordem social vigente no Brasil se enquadrou no “Romantismo Revolucionário Brasileiro”. Colocava-se à prova o problema de identidade nacional e política do povo brasileiro. Entre os traços em comum do romantismo brasileiro e o de outras nações estão: liberação sexual, busca por renovação, desejo de viver o momento, vida boêmia e a fusão entre vida pública e privada.
Antes do golpe de 1964, já existiam expressivas manifestações artísticas no Brasil. Muitas deles, já contestadoras da realidade. Uma delas foi o Teatro de Arena. Formado em 1956 através da junção do Teatro Paulista dos Estudantes (TPE) e, do então pequeno, Arena. Essa fusão gerou uma renovação da dramaturgia nacional. O novo Teatro Arena não buscava influência nas vanguardas estrangeiras, não queriam mais apenas importar peças de países ricos. Eles buscavam identidade própria, baseado na cultura brasileira e no “novo homem”. Era a nacionalização e popularização do teatro.
Além de referência cultural, o Teatro de Arena acabou se tornando um pólo de atração político. Lá, jovens engajados