Cultura e poder nas organizações
Segundo Sandra Helena Terciotti afirma em seu artigo “O poder, a comunicação e o diálogo no ambiente organizacional”, a busca pelo poder, a luta pela dominação e, ao mesmo tempo, a submissão sempre estiveram presentes através dos tempos e das mais diversas formas de poder. De acordo com Adler e Rodman (2003), o poder pode ser definido “como a capacidade de liderar os outros”, bem como Sidnéia Gomes Freitas (2006) afirma que “a liderança influencia e, talvez por esta razão, é vista e analisada como sinônimo de poder”, ou seja, por sua busca incessante e talvez pela sua influência, o poder, mais do que estrutura de autoridade, é uma relação instrumental entre pessoas, mais precisamente entre líderes e liderados. No âmbito organizacional, o exercício e a sujeição do indivíduo ao poder tornam-se ainda mais evidentes, pois para Stewart Clegg (2007) em seu artigo “Poder, Linguagem e Ação nas Organizações”, poder é parte essencial da realidade organizacional e jamais deixará de ser. Contudo, deve-se considerar que é através do poder que o contrapoder é gerado, mas que, para impedir a ascensão deste, regras são estabelecidas, chamadas também por Foucault e Weber como “práticas disciplinares”, regulamentando não apenas os indivíduos, mas também a coletividade. Tais práticas tornam-se indispensáveis para que qualquer organização se torne eficaz, possibilitando assim a obediência e a submissão desejadas, podendo ser controladas tanto explicitamente (regras) quanto implicitamente (aceitação por parte do grupo). Porém, por mais práticas disciplinares que possam existir dentro de uma organização, o poder nunca é garantido, pois sempre está subordinado à ação dos sujeitos que constituem os objetos desse poder. O poder é visto como uma forma de comunicação e esta, se eficaz, facilita as relações de poder, pois é através dela que se veicula e consolida aquilo que se quer