Cultura e poder nas organizações
O Círculo do Poder – As práticas invisíveis de sujeição nas Organizações Complexas
Cultura e poder organizacional não são características independentes, e sim padrões inter-relacionados, que se influenciam mutuamente e definem o perfil de uma organização.
Poder e cultura passam por diversas abordagens oriundas de áreas do conhecimento, tais como a sociologia, antropologia e psicologia. Isso com o objetivo de elaborar a concepção específica dos componentes políticos constituintes dos padrões culturais das organizações.
Ao se diagnosticar o clima de uma organização é necessário conhecer os sistemas de comunicação, de relações sociais e poder, que estão profundamente imbricados com a cultura da organização. E para que esse diagnóstico seja eficiente é importante acompanhar a dinâmica das relações interpessoais e grupais que formam intrincadas redes, por onde são intercambiadas influências, decisões, opiniões e informações decisivas.
Segundo Schein, a “essência” da cultura organizacional reside nas “premissas subjacentes onde se originam tanto os valores quanto o comportamento”, as quais referendam as autoridades consideradas legítimas, mantêm os mitos e símbolos que fortalecem a coesão e definem os sistemas de poder e de comunicação vigentes. Ou seja, internamente às organizações existem relações de poder, que são as influências de pensamentos e atitudes que um membro exerce sobre outro. E isso reflete na cultura da organização.
O caráter do poder passa a ser estritamente relacional, ramificado através de formas regionais e locais que se materializam nas práticas organizacionais cotidianas, ultrapassando os limites dos regulamentos, das normas e das próprias regras do direito constituído. Este poder está inserido no próprio corpo da organização e se exercita através de práticas de coerção disciplinar que garantem a coesão, mediante as