Cultura e Ideologia
Vivemos num mundo de comunicações, uma realidade que faz parte da nossa vida desde pequenos: cotidianamente, entre outras atividades, vemos televisão, fazemos pesquisas na internet, contatamos amigos por e-mail, MSN ou sites de relacionamento, ouvimos música em fones de ouvido enquanto andamos nas ruas, vemos filmes e propagandas, lemos jornais entrevistas, escutamos rádio. Estamos mergulhados tanto na cultura como na ideologia. Cultura e Ideologia são dois aspectos que em sociologia acabam por se relacionar principalmente no sentido de dominação nas sociedades capitalistas. Isso é feito por meio dos aparelhos de hegemonia que se articulam no interior de organizações que podem ser estatais ou não e usam ferramentas como livros, manuais, jornais, escolas, música, arte, teatro, etc. Essa relação é sempre pedagógica e envolve uma prática de convencimento e aprendizagem por parte dos dominados.
Ao analisar a cultura e a ideologia, vários autores procuram demonstrar que não se podem utilizar esses dois conceitos separadamente, pois há uma profunda relação entre eles, sobretudo no que diz respeito ao processo de dominação nas sociedades capitalistas.
Para Gramsci, uma classe se torna hegemônica quando, além do poder coercitivo e policial, Utiliza a persuasão, o consenso, que é desenvolvido mediante um sistema de ideias muito bem elaborado por intelectuais a serviço do poder, para convencer a maioria das pessoas, até as das classes dominadas. Por esse processo, cria-se uma “cultura dominante efetiva”, que deve penetrar no senso comum de um povo, com o objetivo de demonstrar que a forma como aquele que domina vê o mundo é a única possível. Mas Gramsci aponta também a possibilidade de haver um processo de contra hegemonia, desenvolvido por intelectuais orgânicos, vinculados à classe trabalhadora, na defesa de seus interesses. Contrapondo-se à inculcação dos ideais burgueses por meio da escola, dos meios de comunicação de massa,