Cultura e Ideologia
O emprego da palavra cultura, no cotidiano, é objeto de estudo de diversas ciências sociais. Félix Guattari, pensador francês interessado nesse tema, reuniu os diferentes significados de cultura em três grupos, por ele designados cultura-valor, cultura-alma coletiva e cultura-mercadoria.
Cultura-valor é o sentido mais antigo e aparece claramente na ideia de cultivar o espírito.
O segundo significado, designado a cultura-alma coletiva, é sinônimo de civilização.
O terceiro sentido, o de cultura-mercadoria, corresponde à cultura de massa.
As três concepções de cultura estão presente em nosso dia a dia, marcando sempre uma diferença bastante clara ente as pessoas, seja no sentido de identificação com algum grupo específico, seja ainda em relação à possibilidade de consumir bens culturais.
Uma das primeiras definições de cultura apareceu na obra do antropólogo inglês Edward B. Taylor. De acordo com esse autor, cultura é o conjunto complexo de conhecimentos, crenças, arte, moral e direitos, além de costumes e hábitos adquiridos pelos indivíduos em uma sociedade.
Duas antropólogas estadunidenses, Ruth Benedict e Margareth Mead, procuraram investigar as relações entre cultura e personalidade.
Benedict desenvolveu o conceito de padrão cultural, destacando a prevalência de uma homogeneidade e coerência em cada cultura. Em suas pesquisas, identificou dois tipos culturais extremos: o apolínio, representado por indivíduos conformistas, tranquilos, solidários, respeitadores e comedidos na expressão de seus sentimentos, e o dionisíaco, que reunia os ambiciosos, agressivos, individualistas, com uma tendência ao exagero afetivo.
Mead, por sua vez, investigou o modo como os indivíduos recebiam os elementos de sua cultura e a maneira como isso formava sua personalidade. Suas pesquisas tinham como objeto as condições de socialização da personalidade feminina e da